Analizar fotos satelitais para estimar a capacidade de produção de uma zona ou avaliar as imagens de um produto que se comercializa nas ruas para calcular seu market-share, são algumas das soluções empresariais que surgem à partir da transformação de imagens em dados.Tradicionalmente, quando os professores ou empresários queríam dados, encarregavam pesquisas. . Obtinham dados encomendados, sob a forma de números ou caixas marcadas em questionários. Já não é este o caso. Os dias de dados estruturados, limpos, simples, baseados em pesquisas são numerados. Nesta nova era, os traços confusos que deixamos ao longo da vida estão a tornar-se a principal fonte de dados, explica o livro “Toda a gente mente”: O que a Internet e os grandes dados nos podem dizer sobre nós próprios”.
Segundo o autor do livro, Seth Stephens-Davidowitz, um economista e cientista de dados, “… nesta era digital, as fotos também são dados. Tal como as palavras, uma vez confinadas a livros e jornais em prateleiras poeirentas, foram digitalizadas, assim também as imagens emergiram de álbuns e caixas de cartão. Também foram transformados em pedaços e libertados na nuvem”.
No caso das imagens satelitais, permitem fazer estimações sobre a capacidade produtiva que tem certa área. Por exemplo, a luz noturna que se emite pode dar uma idéia do dinamismo econômico que tem uma zona.
O livro observa que, por exemplo “… na Coreia do Sul, a luz noturna aumentou 72% de 1992 a 2008, o que corresponde a um período de desenvolvimento econômico notavelmente forte. Na Coreia do Norte, durante a mesma hora, a luz noturna diminuiu, correspondendo a um período econômico sombrio”.
Embora estas cifras derivadas de imagens não permitam estimativas precisas, quando combinados com outras fontes de dados, desde números oficiais do governo a bases de dados de empresas, por exemplo, permitem cálculos melhorados. Por outras palavras, a utilização de múltiplas fontes melhora consideravelmente a qualidade da informação e aumenta a exatidão dos resultados finais que podem ser concluídos.
A estimativa da porcentagem de cigarros nas Filipinas que não pagaram impostos é outra área em que este tipo de solução foi útil.
O livro salienta que a utilização de fotografias de “… caixas de cigarros vistas na rua, para ver quantos deles tinham selos fiscais como todos os cigarros legais”, mostrou que o número de produtos que não pagavam impostos diminuiu significativamente nas Filipinas entre 2015 e 2016.
O processamento da informação fornecida por fotografias de satélite de áreas de cultivo, telhados de locais industriais, áreas comerciais e complexos residenciais, para estimar qualquer tipo de dados, é outra das utilizações que podem ser dadas a esta nova tecnologia.
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